sábado, 29 de outubro de 2011



Da imensidão do amor

Por ser imenso e infinito
o amor cabe em toda a fresta
bendita, aberta pelo destino

Por ser imenso e bonito
o amor se inscreve na testa
de todo apaixonado menino

Por ser imenso e divino
o amor faz uma linda festa
nos corações femininos

Por ser imenso e ladino
o amor dedica uma seresta
a cada vez que pequeninos

beijos estalam flashs pelo ar

.

Reviravolta

É quando o mundo
faz um volta
completa
e eu
discreta
a zero grau,
lanço-me, solta
no amor profundo
.

Brancos sonhos

é preciso paciência
tenacidade
e um amigo
a postos

para se escalar
a brancura
límpida
dos sonhos

.

A musa do rei Vll

Uma linda mulher


Sua beleza em divã
senta-se a incrustar
na vida uma aura
de dourada divindade

Toda arte num afã
deseja lhe retratar
mas sua alma pura
exala humildade

Da nobreza é irmã
sente-se o amar
que na pele rara
verte naturalidade

Toda febre terçã
enseja lhe tocar
intermitente seara
a cultivar bondade

em natureza sã!
.

Dorme e sonha

Dorme, garota, o sono
leve em conforto,
revigorante abono.

Sonha, garota, a trama
leve em absorto
idílio, tal uma dama.

Goza o descanso manso

num dia de alforria

.

VOZ CALMA

Dentro de nós
há um caminho
desenhado
com carinho

É por ele
que a vida
impulsionará
a partida

para realizar nossa missão

A cada um de nós
o Espírito
fala com precisão
e sem grito

É preciso
ouvir nossa
voz calma
que endossa

toda escolha e decisão!

.

REFLEXÃO

Quando viajo
em minhas
memórias
Sorrio e revejo
muitas histórias

As emoções
primárias
daqueles tempos
não deveriam jamais
servir de indumentária
em novas ocasiões

As repetições
trazem consigo
sofrimentos demais!

.



.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011



Quando um poeta morre


Veste a prata da lua
e flutua...
O verso o acompanha
num voo unido
seu amigo...

Despe o manto do sol
no arrebol...
Das luzes ele ganha
um olhar colorido
seu arrimo...

Ouve-se uma sonata
que arrebata...
O cântico o transporta
num alívio
um silvo...

Entoa-se a  cantata
mais exata...
Das vozes ele importa
um ar lírico
num suspiro...

.


Presença do amor

Mistério foi este farfalhar
que a brisa morna provocou
Em meio ao verde lugar
a cor mais quente se achegou

A tarde tranquila e sólida
derreteu-se em calor
E foi de repente, a cálida
sensação deste ardor

Mistério a efervescer
em mim, a sentença
de que iria esvaecer
a falta de tua presença

A sorte veio bucólica
inseriu-se em fervor
De natureza eólica
a emoção do amor

.

"Fio de vento que é navalha.
Ah canta coração,
Que o homem canta seu desamor"

(Rodrigo Arcadia)



Fio do desfio...destino
de outros lugares e tempos
vento improvisa o assovio
que lamenta em desatino
é a forja determinada
navalha do clandestino.

Ah...valente o homem
canta e desbrava
coração em brasa
que incinera os intentos
o impróprio folguedo.
Homem de vida marcada
canta e desgarra
seu tormento isento.
Desamor é a marca.

Anorkinda

.


Vidas


Julgo hipocrisias
venho com as massas
da sociedade

Na superficialidade
alguma bagagem
meio moderna

Abraço d'alma
tua riqueza
e vantagem

Mãos dadas
esperança

nas gerações
acordadas

.


Silêncios de veludo

Onde podia ter sentido
o fragor dos ventos
ouviu-se apenas
o silêncio
dos olhos
molhados


Onde podia ter carinho
o calor dos abraços
sentiu-se apenas
o silêncio
do braço
gelado


Onde podia ter vertido
o amor dos tempos
ouviu-se apenas
o silêncio
do verso
alugado


Onde podia ter vinho
o licor dos gostos
sentiu-se apenas
o silêncio
dos labios
crispados

.

De alma liberta

Nenhum dogma
acompanha
meu voo
espetáculo...

Nenhum valor
intrínseco
adivinha-me
desconexa...

Nenhuma visão
restrita
espezinha-me
complexa...

Nenhuma pena
barganha
meu próprio
vernáculo...

.

Quando o vento
roça o rosto
e revolve
cabelos
não penso
eu sinto
o vento que
roça o rosto
e revolve
cabelos!

.

Entranhas


Lágrimas
amigos
flores
Verão...

Claridade
tempo
saída
Vida...

Ilusões
vento
rosto
Inverno...

Lapidada
pele
cor
fim...

.

Águia celeste e dourada

Anima, águia minha
minha vida
meu poder

Aguça, águia dourada
meu dom
meu saber

Assume, águia celeste
o transcender

Aprume, águia xamânica
o tempo de Ver

.

sábado, 8 de outubro de 2011




Sombras de paz

Deslizando livres pelo céu
as nuvens transportam
em dias bonitos
sombras de paz

Desejando da vida o mel
eu peço um pouquinho
desta paz bonita
que desfila

Desfiando pensares ao léu
sonhei mais um tantinho
nesta paz bendita
que refina

Desenhando em livre pincel
as nuvens transformam
os dias aflitos
sombras de paz


.

A QUEM SE RESPONDE?

A quem se destinam as respostas prontas
ou mesmo aquelas previamente digeridas?
A quem enganamos a cada frase imposta
e em toda sílaba vazia facilmente proferida?

A quem se responde com graça e leveza
as hipocrisias mais burras e fingidas?
A quem provocamos quando à mesa
as intenções são claras e desinibidas?

A quem se priorizam as definições
e os arremedos de boa-vida?
A quem importam as razões
se abrimos a ferida?

.

Paixão no corpo

sabe os poros do meu corpo?
eles estão apaixonados
vertem humores e suores
luzes e sois

sabe a pele que me recobre?
ela está alucinada
arrepia calores
constelações

sabe os lábios de meu rosto?
eles estão desesperados
desejam sabores
abluções

sabe a lascívia que me invade?
ela está açulada
desafia sensores e cores
corpos e lençois

.


ESMERO

Em minhas mãos
o néctar
A pureza
do coração

Em meus olhos
o céu
A mente
da renovação

Em minh'alma
a voz
A melodia
da emoção

Em meu coração
a amada
A semente
de dias sãos

.

(DIS)SONANTE

O verso quando canta o poeta
seduz pela força do olhar
olhar poético dissonante

O verso quando beija o poeta
seduz pelo acre da língua
língua poética sonante

O verso quando toca o poeta
seduz pelo arrepio da pele
pele poética dissonante

O verso quando fala ao poeta
seduz pela força da palavra
palavra poética sonante

.


CONTRATEMPOS

Apesar do amigo verde
uma amizade
daquelas sociais

Chegaram maus momentos
o doutor
auscultou o astral

Um tantinho
de fúria
o bom-humor terminou

Engajada apenas
em coisas boas
mentalizei feliz

Vieram os versos
os amigos
e às risadas

permitimos redes de amor

.


LUA EM CÉU AZUL-COBALTO

Era quase fria, a noite
pouco estrelada, cobalto
A lua estarrecia, branca
nua, nuvens a cortejar

Era delicada a brisa, doce
adivinhava o desejo, forte
Selene adornada de paixão

Era quase dia, madrugada
pouco observava, cega
A vista encobria, tonta
tua, beijos a orbitar

Era raiada a lua, altiva
saboreava o momento, êxtase
Selene iluminada de emoção

.

Rumo amor

Em direção certeira
a vida vai fagueira
ao teu lado, amor

A pulsar belezas
nossas lindezas
frutos do amor

Vão seguindo
o rumo infindo
do doce amar

Nos compassos
nossos traços
brincam de amar

A brilhar quasares
nossos pensares
dádivas do amor

Vão abrindo
o rumo lindo
de nosso amor

.

terça-feira, 4 de outubro de 2011


COLORIDA

Esperança colorida
nos faz brincar
gargalhar
e esperar sem pressa
pelo que há de vingar

.

ESTIMA ROSA

Rosa da auto-estima
veio perfumar o dia
trouxe consigo a rima
fragrância da poesia

Minha estima rosa
veio meu a verter
palavra primorosa
deixo-me submeter

A flor cor-de-rosa
meio e símbologia
a natureza sedosa
em presença sadia

Minha rosa estima
meio encabulada
doou a obra-prima
pétala bem-amada

.

Arvorecer

Certo dia virei árvore
Enraizei-me a farfalhar
Meu novo cantar de vento
e folhas num quase sussurrar

Até gostei, a imobilidade
não me faz tremer
Minha nova realidade
encantou-me o viver

Um dia volto a ser gente
apaziguei-me a sorrir
deste movimento intenso
da vida sempre a se parir

Vislumbrei neste ângulo
vegetal o sol a se por
e sem mais preâmbulos
experimentei-me amor
.

FUI FELIZ

Naqueles momentos de cumplicidade
Nos instantes cheios de eternidade
onde compartilhamos beijos e humores

Naqueles dias de terna amizade
nas horas difíceis, realidade
onde juntamos as forças e as mãos

Naqueles raios de luminosidade
nos filhos, nossa continuidade
onde depositamos características e gens

Naqueles olhares de reciprocidade
nas lembranças da afetividade
onde trilhamos o Bem e a aprendizagem

Anorkinda
(ao ex-marido)

.

A ÍNDIA DAS ESTRELAS

Ela desceu a estas terras
para experimentar
para partilhar
para energizar

Era a índia das estrelas
seu brilho era puro
seu olho era escuro
seu trilho era maduro

Ela nasceu em quimeras
do tempo e espaço
do doce compasso
do conforto regaço

Era a índia das estrelas
sua magia era viva
sua energia era ativa
sua poesia era seiva
.

Godila e as estrelinhas


Estudava e suspirava
era menina
pequenina
e sonhadora

Escrevia e vertia
versos
textos
era inspiradora

Me reconheceu
no verde
da cura
nossas emoções

Minha amiga
das eras
esferas
outras dimensões

Godila-poesia
transporta
nas entrelinhas
suas estrelinhas

Anorkinda
(a poetisa Godila Fernandes)

.

Luz aurora

Escura noite dos desamores
nem a estrela dalva luzia
a lua chorava suas dores

Triste a madrugada fria
no luto, esqueceu das cores
vestindo-se de ventania

Sábia coruja pia e avisa
vai chegar a aurora
fresca em nova brisa

Tênue, uma luz lá fora,
nascendo tão precisa
ilumina a manhã agora...

Anorkinda e Telma Moreira

.

Beijo, Carinho

Risos, suspiros
sorriso, um olá
abraços, acenos
beijo, carinho
cumprimento
sentimento
afago na
alma
tua

.

AVOAR

Quando você abrir os olhos
poderá saber-se voador
planará nuvens de amor
Quando você se descobrir

Quando a gente puder ver
o que há de magia
no dourado-fantasia
Quando soubermos apreciar

Quando você abrir os olhos
poderá fazer-se ave
planará num voo suave
Quando você se realizar

Quando a gente puder ver
o que tem de lindo
no prateado-infindo
Quando soubermos sentir

.

Aqui, primavera

Aqui no sul, primavera é dos ventos
varre flores das árvores mais coloridas
faz-se tapete de pétalas, roxas, amarelas
a cor em profusão pra encantar os passatempos

Aqui no parque, primavera é das águas
refresca dores dos amores mais difíceis
traduz-se em ondinhas, todo lago tranquilo
o líquido dizer sobre a existência e suas mágoas

Aqui na cidade, primavera é das gentes
preparam a pele pro verão quem vem logo ali
nascem os sois a cada dia mais perto do solo
o chão pré-aquecido que nos põe mais veementes
.