sexta-feira, 30 de setembro de 2011



PRA SABER QUEM EU SOU

É preciso definir o espaço entre nós, tu e eu...
Que nome dar ao infinito particular?
 É preciso andar descalço pelo cosmos subterrâneo
e colher rubras flores astrais, delas fazer um ramalhete perene
e me ofertar na noite clara da terceira lua de Saturno.

Pra saber quem eu sou é melhor que eu desapareça
numa nebulosa azul
 para que de meu espectro-lembrança possas absorver a essência,
 o perfume, o colorido que eu deixar e assim sentir-me.
Por que traduzir-me? Sou Nada, sou semente
 enraizada na flutuação do tempo.
 Um dia saberemos conhecer o fluido conjunto que somos,
 tu e eu...
Então não teremos mais perguntas a fazer,
 seremos as respostas prontas das coisas inexistentes,
faremos prosas lindas nas linhas do rosto,
num tempo incorpóreo e sutil de nosso compartilhar.
É preciso fluir nos humores da correnteza
 para que me vejas o brilho dos olhos siderais,
Sírius nascentes a bendizer nossa irmandade.
É preciso esquecer os percalços,
ignorar os seixos pisados e olhar pra dentro de si mesmo,
 onde eu estou, imortalizada naquele abraço.

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