sábado, 13 de junho de 2009

O esvaziamento da poetisa

Nestes meus dedos que rimam
ao comando da intuição
Percebo um fluxo a escapar
Versos, ao riscar da pena
Levam consigo parte do meu eu
Doando-me, inteira, deixo-me ir...

Nas asas do devaneio meu Ser
poetisa, invade o mundo
das letras serenas
Leva um canto suave; ameniza
Da pena o peso breve e vai...

Segue, restaura, reanima a chama
Da alma, com calma; plena...
Encanta por onde passa
cura que clama...
E eu esvaziada me jogo
inteira no ritmo
Enredo-me nessa dança
De letras serenas, tão claras
Canto o canto, conjunto
De notas breves e raras

Adivinho a estrutura
do novo sentimento
nova poesia
um tormento que se avizinha
e mais esvaziamento...
Ciente, silente e refeita
Entrego-me em gozo
A esse novo momento...
e a poesia novamente
e sempre
me leva e enleva
o prazer de ser-lhe obediente...

Anorkinda e Lena Ferreira

........

Nenhum comentário: